A diversidade no campo da fala
A fala é uma prática que faz parte do nosso cotidiano. Certo?
Prova disso é que podemos observar a sua presença nos mais diversos contextos sociais: no trabalho, na escola, na vida burocrática e no dia-a-dia de uma família.
Os objetivos do uso da fala nesses diferentes ambientes, no entanto, não são os mesmos. Nem os traços típicos dos textos falados produzidos nesses diferentes ambientes são semelhantes.
Leia os textos abaixo e confira.
Entrevista da Banda de Rock Tequila Baby à Revista PORTAL
Portal: Qual o local mais exótico/estranho que vcs já tocaram na carreira?
Tequila Baby: Foram vários, já tocamos em manicômio, clube de golfe, porões, cabaré etc...
Portal: Quantas vezes em média vcs fazem sexo por semana? Vcs acham que o sexo antes de um show melhora a performance no palco?
Tequila Baby: Sexo é bom sempre!!!! Eu tento manter sempre que posso, risos.
Portal: O que vcs gostam de beber? Quantas latas de cerveja vcs bebem por show e quem é o mais bebum da banda?
Tequila Baby: Eu gosto de destilados, mas não bebo com Frequência. O Rodrigo é o mais bebedor, ele gosta mais de cerveja, acho que ele toma até acabar...Nunca contei, sempre acaba antes... risos!!! (...). (Entrevista extraída do site portaldorock).
Conferência
O tema que aqui visamos é bem o da contemporânea experiência negativa de dupla face: a experiência simultânea de uma “banalização” da obra de arte enquanto tal e do seu esvaziamento de qualquer dimensão ético-política. Ao arriscar-nos a enfrentar tal problema, somos, é claro, obrigados a fixar nosso olhar no nosso presente imediato ou na forma atual de acesso à obra de arte, tanto pelo especialista como pelo grande público leigo. Mas somos igualmente obrigados a um olhar retrospectivo, já que o possível diagnóstico não pode economizar o esboço de uma etiologia.
Para dar um primeiro horizonte à nossa questão, tracemos uma linha ou uma curva puramente abstrata, no elemento da evolução dos conceitos filosóficos, à distância da circunstância concreta, histórica e cultural de nosso presente, para em seguida tentarmos melhor circunscrevê-lo. Penso aqui na curva desenhada nos três últimos séculos pela reflexão estética que nasce, cheia de promessas no século XVIII, por ocasião de sua instituição como disciplina teórica autônoma, e que se enreda, no presente, em aporias aparentemente imperceptíveis em sua aurora. (Trecho de uma conferência feita pelo filósofo Bento Prado Junior no SESC-SP).
E aí? Leu os dois textos acima?
Não sei se você percebeu, mas eles apresentam diferenças marcantes entre si.
Uma delas diz respeito à participação maior ou menor dos interlocutores na construção do texto falado.
Na entrevista, pode-se observar uma participação maior dos interlocutores na construção do texto, já que tanto o entrevistado como os entrevistadores se alternam na posição de falante e de ouvinte.
Já na conferência, não ocorre essa troca de turnos, isto é, não há alternância frequente entre aquele que fala e aquele que ouve.
Outra diferença marcante entre os dois textos está na linguagem utilizada. Na entrevista, a fala é mais informal, mais descontraída ou despojada. Ao contrário da conferência, que apresenta uma preocupação maior com a formalidade e com o uso da língua padrão.
Sabendo que os textos falados apresentam diferenças entre si, clique na atividade interativa ao lado.