Século XXI: O 11 de setembro
Você se lembra do que fazia no dia 11 de setembro de 2001, pela manhã? Quem tem mais de 13 ou 14 anos provavelmente não vai esquecer. Na manhã de 11 de setembro de 2001, quatro aviões de companhias norte-americanas que transportavam passageiros foram sequestrados em aeroportos do país.
Dois deles atingiram, com um intervalo de dezoito minutos, as torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York – centro do poder econômico mundial, ícone do modo de produção capitalista. No WTC, funcionavam escritórios de bancos e, também, das maiores empresas transnacionais. Pelo local, costumavam transitar cerca de 200 mil pessoas, dos quais 50 mil eram trabalhadores.
O WTC tinha, no seu subterrâneo, um dos grandes entroncamentos de trens urbanos da cidade de Nova York.
O terceiro avião foi lançado contra o edifício-sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, o Pentágono, em Washington. O quarto avião, que, supostamente, dirigia-se para algum outro alvo dos terroristas, caiu sobre uma região florestal da Pensilvânia.
Essa foi uma das mais ousadas e cruéis ações terroristas de toda a História. Naquele dia, o mundo inteiro parou perplexo diante das telas de TV para acompanhar o ataque que colocou abaixo um dos maiores símbolos do poderio econômico norte-americano.
O líder da organização terrorista Al Qaeda, Osama bin Laden, assumiu a responsabilidade pelos ataques.
A retaliação dos Estados Unidos, então, caiu sobre o Afeganistão, país acusado de abrigar Osama bin Laden.
Do ponto de vista geopolítico, o século XXI inicia-se depois dos ataques de 11 de setembro, pois eles desencadearam a primeira guerra do século: “choque de civilizações” e “Ocidente versus Islã” são, entre outras, as expressões utilizadas para caracterizar o novo conflito em que os EUA – a maior potência mundial – se envolveram.
A guerra norte-americana contra o terrorismo espalhou-se para além do Oriente Médio; países europeus, como a Inglaterra e a Espanha, também sofreram atentados, aliando-se aos EUA e barrando a entrada de qualquer pessoa considerada “suspeita” em seus territórios.
Por outro lado, antigos inimigos, como a Rússia e a China, também encontram vantagens em apoiar, “com ressalvas”, a guerra contra o terror. Fazendo isso, obtêm condescendência norte-americana para assuntos de seu interesse, como, por exemplo, o silêncio dos EUA (e, por conseguinte, da ONU) sobre a dura repressão contra rebeldes muçulmanos na Chechênia. A China faz a mesma coisa: apoia a guerra contra os terroristas e, em troca, consegue que os EUA parem de cobrar o cumprimento dos direitos humanos na repressão aos rebeldes muçulmanos na província chinesa de Sin-Kiang.
Alguns governos de países muçulmanos também apoiam a guerra contra o terror, mas o fazem porque dependem economicamente dos Estados Unidos, não por concordarem com a ideologia ocidental.
Assim, fica complicado definir exatamente o “outro lado” da guerra norte-americana do terceiro milênio, o que é bem condizente com este mundo globalizado e multipolar que conhecemos.