O fundamentalismo islâmico
Extremista islâmico exibe a cabeça decapitada de um de seus reféns, durante a ocupação norte-americana no Afeganistão |
Chamamos de fundamentalismo islâmico a ambição de alguns grupos do Islã de criar Estados islâmicos e tornar-se um poder mundial, exigindo a unidade entre religião e política nos países por eles governados.
O desejo dos fundamentalistas é estabelecer Estados islâmicos puros, onde as leis do profeta Mohamad (Maomé) sejam fielmente aplicadas no cotidiano das pessoas, abrangendo desde a política, até a economia e as práticas sociais. A vida de todos seria regulada inteiramente pelo Corão.
No entanto, os países islâmicos não são idênticos entre si no que se refere à aplicação dos preceitos do Corão na vida cotidiana.
Em países mais ortodoxos, como o Irã e a Arábia Saudita, as leis do Corão (ou xariá) são incorporadas no Código Civil e Penal do Estado. São leis que, de acordo com a crença islâmica, foram ditadas pelo próprio Deus (Alá) para Maomé, como a proibição de bebidas alcoólicas, a condenação de ladrões à decapitação de braços e pernas e a morte por apedrejamento das mulheres condenadas.
Já em países mais moderados, como o Egito e a Jordânia, por exemplo, a xariá não compõe as leis penais e civis; por isso, nesses lugares, o fundamentalismo religioso assume a forma de partido de oposição ao governo.
O tratamento dado às mulheres também seguem os preceitos do Corão: todas tem de andar em público cobertas, dos pés à cabeça, com exceção das mãos e sofrem inúmeras outras restrições. Mas, dependendo do país, há características diversas. O Irã, por exemplo, apesar de ser um país islâmico mais ortodoxo e observar mais rigidamente a xariá, permite que as mulheres trabalhem fora e exerçam cargos políticos.
O fundamentalismo religioso do Islã atua, ainda, em questões das mais diversas. Serviu, por exemplo, para fazer frente ao domínio de países ocidentais como a França e a Inglaterra.
Mas o alvo externo principal desses fundamentalistas são mesmo os Estados Unidos, e por dois motivos centrais, conjugados: o apoio que os norte-americanos prestam a Israel na questão palestina e o fato de serem o baluarte do mundo ocidental, mundo este que, por suas características, contrariam e ofendem as ideias do Islã.