Obesidade
A obesidade é um estado físico em que a pessoa tem peso acima do que se espera para sua constituição músculo-esquelética e seu sexo. Além do peso maior, os indivíduos obesos apresentam quantidade de gordura superior à considerada normal. Os estudiosos admitem que homens com mais de 20% do peso corporal constituído por gordura e mulheres com mais de 30 % podem ser consideradas pessoas obesas.
Desde 1991, a OMS considera a obesidade uma doença, com dimensões assustadoras, sendo tão preocupante quanto a desnutrição. Nos EUA, cerca de 65% dos adultos tem excesso de peso; no Brasil, cerca de 40%. É mais aterrorizante ainda saber que, segundo o relatório de 1997 da OMS, aproximadamente 24% dos adultos do mundo tem IMC maior que 30, e os índices de "gordura" populacional vêm aumentando em ritmo acelerado.
A obesidade é causada por inúmeros fatores, como o excesso de ingestão de alimentos, gasto insuficiente de energia, falta de exercícios, taxa de metabolismo corporal diminuída, predisposição genética, quantidade de leptina diminuída no plasma, fatores ambientais predisponentes ao ganho de peso, entre outros. O ponto culminante do tratamento da obesidade é a diminuição da ingestão energética associada à elevação do gasto energético diário.
A obesidade pode ser provocada por dois fatores: a hiperplasia, que corresponde ao aumento do número de células adiposas; e a hipertrofia, que se refere ao aumento do tamanho das células adiposas. É possível, ainda, que ocorra a combinação de ambos os fatores. Um estudo com pessoas clinicamente obesas e não obesas apontou que, em média, o tamanho das células adiposas é apenas 35% maior nos obesos, enquanto que o número dessas células pode chegar a até três vezes mais em relação aos não obesos. Esses dados indicam que a hiperplasia é o fator mais preocupante em relação aos índices de obesidade.
Outro dado importante é que, depois que o organismo produziu uma célula de gordura, esta deverá permanecer pelo resto da vida, sendo que a única possibilidade de redução dos índices de gordura será pela redução da quantidade acumulada dentro dessas células. É por isso que as pessoas que têm um histórico de obesidade na infância e na adolescência têm tanta dificuldade para emagrecer e manter-se dentro de um peso considerado ideal.
A importância da prevenção da obesidade infantil está intimamente relacionada à obesidade juvenil e adulta, pois os estudos indicam que, durante a infância e a adolescência, o organismo está suscetível à hiperplasia, sendo que o indivíduo que atravessa esse período fora da faixa de obesidade chegará à idade adulta com uma quantidade de células de gordura menor, e seu aumento de gordura, daí para frente, se dará exclusivamente pelo aumento da quantidade de gordura nas células. Por esse motivo, a prevenção da obesidade na infância e na adolescência é mais eficaz do que o tratamento após o quadro de obesidade já ter se estabelecido.