Em 20 de julho de 1969, o primeiro homem pisava a Lua: Neil Armstrong. Naquele momento, ele proferiu uma frase que ficou imensamente famosa: "Este é um pequeno passo para um homem; um salto gigantesco para a humanidade".
E realmente era. Recentemente, Neil Armstrong faleceu e deixou um legado de astronautas que sonham em realizar esse feito: pisar "terras" extraterrestres.
O cenário em que ocorreu a primeira viagem à Lua foi a Guerra Fria, na segunda metade do século XX, época marcada pela corrida espacial. Os Estados Unidos e a União Soviética competiam no desenvolvimento tecnológico, e a conquista do espaço era o troféu mais desejado por essas duas potências mundiais, que acabou sendo recebido pelos EUA.
O cenário atual difere e muito daquele que Neil vivenciou: hoje, não existe uma corrida espacial, e sim uma parceria entre países que têm interesse em realizar pesquisas espaciais. O troféu não é vencer uma guerra, e sim descobrir mais sobre uma minúscula parte do Universo em que estamos inseridos. E quem sabe, futuramente, conquistar uma nova terra que permita a sobrevivência humana no caso de uma catástrofe atingir nosso frágil planeta.
É o caso que estamos vivenciando nas últimas décadas: o interesse pelo solo marciano.
Os cientistas, antes de tentar realizar viagens tripuladas para Marte, precisam conhecer detalhadamente as condições em que se encontra o planeta: o solo, a atmosfera, a temperatura, os compostos químicos que ele possui, etc.. Para isso, o primeiro passo para explorar o planeta é enviar uma sonda espacial que colete material e realize análises. Como prova de tal iniciativa, uma tentativa de envio de uma sonda para o solo marciano ocorreu em 1998.
O Orbitador Climático de Marte (Mars Climate Orbiter - MCO) foi uma sonda espacial norte-americana projetada e construída pela NASA que tinha como principal objetivo estudar o clima marciano. A sonda foi lançada em 11 de dezembro de 1998 e alcançou Marte 9,5 meses depois de seu lançamento.
A sonda deveria entrar na órbita de Marte a uma altitude de 140 a 150 km da superfície, e, para isso, equipes de diversos países comandavam programas e softwares que enviavam os comandos necessários.
Uma das empresas responsáveis pelo software de controle dos propulsores auxiliares que faziam a rotação da nave escreveu suas "ordens" com o uso de medidas inglesas, utilizando a unidade libras-força.
No entanto, a nave e a NASA utilizavam o SI (Sistema Internacional de unidades), com a unidade Newtons. A relação (Libra-Força / Newton) é 4.45; logo, ocorreu uma inconsistência nas ordens operacionadas.
Por conta disso a nave entrou na órbita de Marte a uma altitude de 57 km, causando a destruição da nave devido ao atrito com a atmosfera marciana! Além de todo o trabalho desenvolvido pelos cientistas, a perda financeira, por conta de um erro de unidades, foi assustadora: US$ 327,6 milhões de dólares!
Somente depois de mais de 10 anos do ocorrido, tivemos sucesso no envio de uma sonda para o solo marciano. Foi com muita alegria e alívio que os cientistas da NASA comemoraram o pouso bem sucedido do robô Curiosity na Cratera Gale, ao sul do equador do planeta, no dia 6 de agosto de 2012, após uma viagem de oito meses e meio e 352 milhões de quilômetros percorridos.
O robô tem um peso de aproximadamente 900 quilos, e é o robô mais pesado já enviado para fora do planeta. O custo total do projeto, até agora, é de dois mil e quinhentos milhões de dólares.
O objetivo da Curiosity é investigar as características geológicas e climáticas do planeta, a fim de verificar a possibilidade da existência de qualquer forma de vida, seja anterior ou posterior à presença do robô terráqueo no solo marciano.
O robô já enviou as primeiras imagens coloridas e em alta resolução do Mount Sharp, que está situado no centro da cratera Gale. Essa montanha tem 5,5 quilômetros de altura e tem uma característica interessante: as camadas rochosas que estão perto do cume são inclinadas em relação às que se encontram por baixo, o que levou os cientistas nomearem a montanha de "Grand Canyon ao contrário". Estima-se que em um ano o robô alcance o cume da montanha, possibilitando uma investigação mais precisa do fenômeno.
Com esse avanço que o pouso do Curiosity está possibilitando, alguns cientistas já planejam uma viagem tripulada ao planeta vermelho. Dirk Schulze-Makuch, da Universidade do Estado de Washington, e o renomado Paul Davies, da Universidade do Estado da Flórida, ambas nos Estados Unidos, propuseram uma viagem a Marte em um artigo publicado em uma revista científica. Um detalhe peculiar dessa proposta é que ela é somente com "passagem" de ida! Isso porque o projeto, além de audacioso, tem um custo altíssimo, o que impossibilitaria a garantia da volta.
A empresa holandesa Mars One pretende criar uma colônia humana em Marte a partir de 2023. A intenção é criar acampamentos sustentáveis no Planeta Vermelho para que um grupo de pessoas possa morar permanentemente lá. Você toparia, nessas condições? Vamos aguardar porque as próximas décadas prometem muito em relação ao avanço espacial!
Neil Armstrong
Em 20 de julho de 1969, o primeiro homem pisava a Lua: Neil Armstrong. Naquele momento, ele proferiu uma frase que ficou imensamente famosa: "Este é um pequeno passo para um homem; um salto gigantesco para a humanidade".
E realmente era. Recentemente, Neil Armstrong faleceu e deixou um legado de astronautas que sonham em realizar esse feito: pisar "terras" extraterrestres.
O cenário em que ocorreu a primeira viagem à Lua foi a Guerra Fria, na segunda metade do século XX, época marcada pela corrida espacial. Os Estados Unidos e a União Soviética competiam no desenvolvimento tecnológico, e a conquista do espaço era o troféu mais desejado por essas duas potências mundiais, que acabou sendo recebido pelos EUA.
O cenário atual difere e muito daquele que Neil vivenciou: hoje, não existe uma corrida espacial, e sim uma parceria entre países que têm interesse em realizar pesquisas espaciais. O troféu não é vencer uma guerra, e sim descobrir mais sobre uma minúscula parte do Universo em que estamos inseridos. E quem sabe, futuramente, conquistar uma nova terra que permita a sobrevivência humana no caso de uma catástrofe atingir nosso frágil planeta.
Marte
É o caso que estamos vivenciando nas últimas décadas: o interesse pelo solo marciano.
Os cientistas, antes de tentar realizar viagens tripuladas para Marte, precisam conhecer detalhadamente as condições em que se encontra o planeta: o solo, a atmosfera, a temperatura, os compostos químicos que ele possui, etc.. Para isso, o primeiro passo para explorar o planeta é enviar uma sonda espacial que colete material e realize análises. Como prova de tal iniciativa, uma tentativa de envio de uma sonda para o solo marciano ocorreu em 1998.
Montagem da sonda Mars Climate Orbite
O Orbitador Climático de Marte (Mars Climate Orbiter - MCO) foi uma sonda espacial norte-americana projetada e construída pela NASA que tinha como principal objetivo estudar o clima marciano. A sonda foi lançada em 11 de dezembro de 1998 e alcançou Marte 9,5 meses depois de seu lançamento.
A sonda deveria entrar na órbita de Marte a uma altitude de 140 a 150 km da superfície, e, para isso, equipes de diversos países comandavam programas e softwares que enviavam os comandos necessários.
Lançamento do Mars Climate Orbiter
Uma das empresas responsáveis pelo software de controle dos propulsores auxiliares que faziam a rotação da nave escreveu suas "ordens" com o uso de medidas inglesas, utilizando a unidade libras-força.
No entanto, a nave e a NASA utilizavam o SI (Sistema Internacional de unidades), com a unidade Newtons. A relação (Libra-Força / Newton) é 4.45; logo, ocorreu uma inconsistência nas ordens operacionadas.
Por conta disso a nave entrou na órbita de Marte a uma altitude de 57 km, causando a destruição da nave devido ao atrito com a atmosfera marciana! Além de todo o trabalho desenvolvido pelos cientistas, a perda financeira, por conta de um erro de unidades, foi assustadora: US$ 327,6 milhões de dólares!
Jennifer Trosper, líder da missão, com um protótipo do robô Curiosity
Somente depois de mais de 10 anos do ocorrido, tivemos sucesso no envio de uma sonda para o solo marciano. Foi com muita alegria e alívio que os cientistas da NASA comemoraram o pouso bem sucedido do robô Curiosity na Cratera Gale, ao sul do equador do planeta, no dia 6 de agosto de 2012, após uma viagem de oito meses e meio e 352 milhões de quilômetros percorridos.
O robô tem um peso de aproximadamente 900 quilos, e é o robô mais pesado já enviado para fora do planeta. O custo total do projeto, até agora, é de dois mil e quinhentos milhões de dólares.
O MOUNT Sharp
O objetivo da Curiosity é investigar as características geológicas e climáticas do planeta, a fim de verificar a possibilidade da existência de qualquer forma de vida, seja anterior ou posterior à presença do robô terráqueo no solo marciano.
O robô já enviou as primeiras imagens coloridas e em alta resolução do Mount Sharp, que está situado no centro da cratera Gale. Essa montanha tem 5,5 quilômetros de altura e tem uma característica interessante: as camadas rochosas que estão perto do cume são inclinadas em relação às que se encontram por baixo, o que levou os cientistas nomearem a montanha de "Grand Canyon ao contrário". Estima-se que em um ano o robô alcance o cume da montanha, possibilitando uma investigação mais precisa do fenômeno.
Com esse avanço que o pouso do Curiosity está possibilitando, alguns cientistas já planejam uma viagem tripulada ao planeta vermelho. Dirk Schulze-Makuch, da Universidade do Estado de Washington, e o renomado Paul Davies, da Universidade do Estado da Flórida, ambas nos Estados Unidos, propuseram uma viagem a Marte em um artigo publicado em uma revista científica. Um detalhe peculiar dessa proposta é que ela é somente com "passagem" de ida! Isso porque o projeto, além de audacioso, tem um custo altíssimo, o que impossibilitaria a garantia da volta.
A empresa holandesa Mars One pretende criar uma colônia humana em Marte a partir de 2023. A intenção é criar acampamentos sustentáveis no Planeta Vermelho para que um grupo de pessoas possa morar permanentemente lá. Você toparia, nessas condições? Vamos aguardar porque as próximas décadas prometem muito em relação ao avanço espacial!