O holocausto cigano
Um dos aspectos mais sombrios da Segunda Guerra Mundial foi o holocausto, que foi a política realizada pelo governo nazista da Alemanha para exterminar certos grupos minoritários do país. Os judeus foram as principais vítimas da perseguição nazista e são as mais lembradas nos livros, nos filmes e nas discussões sobre o assunto. No entanto, devemos lembrar que ciganos, comunistas, Testemunhas de Jeová, homossexuais, deficientes físicos, e muitos outros grupos considerados como nocivos ao desenvolvimento da Alemanha nazista também sofreram, nos campos de concentração, as atrocidades do nazismo. Assim, vamos falar um pouco dos ciganos, um povo que também sofreu com a barbárie do nazismo e é pouco lembrado nos livros de história que tratam sobre o holocausto.
Os ciganos, também conhecidos como Roms, são um grupo étnico que teve origem no norte da Índia e, depois, espalhou-se por todo o mundo, principalmente pela Europa. Os ciganos são um povo tradicionalmente nômade e não têm um Estado ou um governo comum, mas são unidos pelo idioma, pela religião e pelas tradições que compartilham. Por cultivarem seus hábitos muitas vezes distintos dos da maioria da população dos países em que vivem, os ciganos já foram, e ainda são, vítimas de preconceito na maioria desses lugares, e na Alemanha nazista não foi diferente.
Como sabemos, no nazismo, havia a crença na superioridade da raça germânica, e essa deveria manter-se a mais pura possível, pois cruzamentos com raças consideradas inferiores o deixariam mais fraca. Dessa maneira, o povo cigano foi considerado uma raça inferior e estrangeira, pois não se enquadrava dentro do padrão ariano racial desejado pelo governo nazista e, por isso, assim como os judeus, foi exterminado. Vale lembrar que a isso somou-se um ódio histórico existente na Europa em relação aos ciganos, uma vez que, por terem costumes diferentes, são acusados de terem tendência a uma vida desregrada e a cometer crimes.
Assim, durante a Segunda Guerra, estima-se que entre 250.000 e 600.000 ciganos foram mortos nos campos de concentração nazistas. Homens, mulheres e crianças, de todas as idades, foram obrigados a trabalhos forçados em condições muito duras, foram submetidos a experiências médicas muito cruéis, ou foram mortos nos campos de extermínio. Essas mortes servem para mostrar o nível que a irracionalidade humana pode atingir, pois pessoas foram mortas apenas por terem uma origem e tradições diferentes. Esperamos que os ciganos e todas as outras pessoas que morreram nos campos de concentração nazistas nunca sejam esquecidos, para que, assim, a humanidade nunca mais volte a cometer atos tão bárbaros como esses, e a tolerância seja sempre lembrada como o melhor caminho para a paz.