Bebidas isotônicas
Para obter um bom rendimento durante uma atividade física é necessário que o organismo mantenha-se bem hidratado. A hidratação correta previne o descontrole metabólico, desnaturação de proteínas, cãibras e diminuição do apetite.
Uma atividade física intensa leva à perda de água e eletrólitos (íons) e isso causa uma diminuição do volume sanguíneo. Consequentemente, há diminuição no transporte de oxigênio e de proteínas hidrossolúveis no organismo.
Os principais eletrólitos presentes no organismo são os íons cloreto, sódio, potássio e magnésio. Dentre outras múltiplas funções, eles estão envolvidos na contração dos músculos e no transporte de substâncias através da membrana celular. A perda destes eletrólitos pode variar de indivíduo para indivíduo, mas em geral, as pessoas com melhor condicionamento físico tendem a ter uma menor perda destes componentes.
A alternativa mais óbvia para remediar a perda de líquidos pelo organismo é beber água. Entretanto, em casos de desidratação, a simples ingestão de água não resolve o problema, uma vez que os minerais perdidos devem ser repostos.
Pensando nesse problema, Robert Cade, um nefrologista norte-americano, desenvolveu na década de 1960 um tipo de bebida capaz de repor rapidamente tanto a água quanto os eletrólitos perdidos durante o esforço físico. Tais bebidas, atualmente conhecidas como isotônicos, são soluções cuja concentração de íons e moléculas é semelhante à concentração observada nos fluidos do nosso corpo. Devido a sua composição, essas bebidas não interferem no equilíbrio hidroeletrolítico do organismo, sendo rapidamente incorporadas e transferidas para a corrente sanguínea.
São exemplos de bebidas isotônicas o soro caseiro, a água de coco e produtos industrializados como Gatorade, SportDrink, Marathon, SportFluid, SportAde, etc.
Existem vários mitos em torno desse tipo de bebida. Um deles é que seu consumo excessivo leva a problemas renais devido às elevadas concentrações de sais. Essa afirmação é controversa, já que um saquinho de pipoca pode conter cerca de oito vezes mais sódio que quinhentos mililitros de um isotônico comum. Portanto, o uso moderado dessas bebidas em tese pode ser feito por qualquer pessoa.
Ainda assim, é recomendável que pessoas hipertensas, diabéticas, celíacas, com doenças renais, gestantes ou lactantes façam uso deste tipo de bebida somente sob orientação médica.
Um outro equívoco muito difundido é imaginar que as bebidas isotônicas são uma fonte complementar de energia. Contudo, elas possuem quantidades muito pequenas de carboidratos, que são a principal fonte de energia para o organismo. Na verdade, uma das vantagens dos isotônicos comerciais sobre outros tipos de bebidas (como sucos, refrigerantes, etc) é que, por apresentarem reduzida quantidade de carboidratos (em torno de 60-70 g/L), não sobrecarregam o aparelho digestório durante o exercício.