Os parabéns a Freud
No dia 06 deste mês, comemoramos os 150 anos de nascimento de um dos mais importantes pensadores do século XX: Sigmund Freud.
O conhecido pai da psicanálise nasceu em 1856, numa cidade que hoje se chama Pribor, na República Tcheca. Aos 3 anos se mudou para Viena, capital da Áustria, onde estudou medicina até se formar, em 1881.
Optou por ser pesquisador em neurologia, caminho que o levaria mais tarde ao desenvolvimento da psicanálise. Faremos aqui um pequeno resumo dessa interessante história, sendo para isso necessário que voltemos um pouco no tempo.
Naqueles anos do século XIX, a ciência ainda começava a trabalhar com os chamados distúrbios mentais, ou seja, doenças de caráter neurológico ou psicológico.
E o trabalho estava na seguinte situação, na época de Freud: doentes que apresentavam problemas tinham, depois da morte, o cérebro examinado pelos médicos. Eles faziam isso pra tentar descobrir o que havia de errado, ou seja, em que lugar "da cabeça" estavam as alterações.
Parecia ser um caminho óbvio e simples. Só que muito cedo uma questão começou a confundir os pesquisadores: muitos dos doentes que apresentavam um variado número de sintomas não apresentavam alteração cerebral alguma.
O que teria acontecido nesses casos?
Bem, esta era uma das perguntas que intrigaram Freud no começo de suas investigações.
Em 1886, ganhando uma viagem de estudos, o chamado Mestre de Viena vai a Paris, onde conhece Charcot, pesquisador bastante conhecido na época e que lhe fornece dados importantes para a resolução do problema.
Charcot ajudou Freud a perceber que os sintomas apresentados por muitos dos pacientes tinham algo a ver com alguma situação traumática pela qual haviam passado, com a diferença de que este trauma, esta ferida, não ocorrera apenas no corpo do paciente, mas também em sua mente.
Hoje em dia é muito comum falarmos que esta ou aquela pessoa ficou "traumatizada" com determinado acontecimento, um acidente ou assalto, por exemplo.
Naquele momento, Freud notou que estes acontecimentos ficavam presos de alguma forma em nossa memória, e que eram responsáveis por sintomas bem estranhos.
Mas por que a maioria das pessoas que apresentavam tais sintomas não se lembravam de trauma algum?
Como este problema foi resolvido?
A "explicação" que Freud conseguiu dar para esses fenômenos causou uma verdadeira revolução na história do pensamento. E é disso que vamos tratar na próxima semana.
Até lá!