Violência Armada
A violência é um dos mais graves problemas das grandes cidades em todo o mundo, mas no Brasil atingiu patamar assustador, como foi muito bem retratado no filme Cidade de Deus. Há mais mortes violentas no Brasil do que em países em situação de guerra como, por exemplo: Colômbia, Serra Leoa, antiga Iugoslávia, Afeganistão, Uganda e Israel. Os mais atingidos são os jovens, observe o gráfico ao lado. Segundo o pesquisador da Unicamp, Márcio Pochman, na década passada, do total de mortes por homicídio no Brasil, 34,7% foram de jovens entre 15 e 24 anos. Dentro deste grupo de vítimas da violência, os homens são os mais atingidos. Dados do IBGE registram que do total de mortes violentas ocorridas no Brasil, em 2000, 20,9% atingiu homens e apenas 5,6% atingiu mulheres.
A região Sudeste é a mais atingida pela mortalidade com causas externas (violentas), com destaque para Rio de Janeiro e São Paulo. Outro dado importante é o de que a maior parte destes homicídios foram provocados por armas de fogo. Segundo a ONU, o Brasil é líder mundial em homicídios provocados por armas de fogo.
Além da tristeza que estes homicídios provocam nos familiares das vítimas, há um prejuízo enorme envolvido na violência. Os jovens que morrem levam consigo, em alguns casos, anos e anos de investimento em educação, por exemplo. As despesas hospitalares com as vítimas da violência também são grandes. Cerca de 10% do PIB brasileiro é gasto com internações e tratamento de vítimas da violência.
Para tentar resolver parte deste problema, está sendo discutido, no Brasil, a questão da compra e porte de armas. O Congresso Nacional está colocando em votação o projeto de lei número 292, conhecido como Estatuto do Desarmamento, cuja proposta mais importante é a proibição da venda e porte de armas para civis. O Estatuto prevê também a realização de um plebiscito, em 2005, para que a população decida se quer ou não que seja, de fato, proibida a venda de armas no país. Esta talvez não seja uma solução definitiva para o problema, mas pode ajudar a resolver parte dele.