O Automóvel e suas histórias
Terminou no último domingo, dia 31 de outubro, mais uma edição do Salão do Automóvel realizado no Anhembi, em São Paulo. A feira trouxe mais uma vez para o Brasil as novidades internacionais do mercado de veículos. Todos os dias foram de grande movimentação, mostrando mais uma vez o enorme fascínio que os carros exercem aos nossos olhos.
Após quase um século de sua introdução no país, os automóveis já fazem parte da vida de quase todos os brasileiros, mesmo daqueles que não os possuem. Todos são afetados pelos efeitos de sua presença nas cidades brasileiras. Mas quando começou o desenvolvimento deste meio de transporte que hoje se transformou nestas modernas e sedutoras máquinas que conhecemos?
Ainda no século XVIII, ocorreram na França várias tentativas bem sucedidas de construção de veículos movidos por um motor a vapor. No entanto, somente no século XIX que foram elaborados na Europa os primeiros motores a explosão.
A partir de 1910, as fábricas de automóveis dos Estados Unidos começaram a se instalar ao redor da cidade de Detroit. A fábrica da Ford foi aquela que adquiriu mais sucesso nesta época, devido à produção em série desenvolvida por Henry Ford.
No Brasil, as primeiras linhas de montagem de veículos importados começaram a surgir após a Primeira Guerra Mundial.
Em 1919, a Ford inaugurou em São Paulo sua primeira linha de montagem de carros no país. Em 1925, seria a vez da General Motors iniciar a montagem de modelos Chevrolet, enquanto a Fiat instalaria sua linha de montagem de carros no país em 1928. Nesta época, as peças eram trazidas do exterior, principalmente dos Estados Unidos, e apenas a montagem dos carros era feita em solo brasileiro.
A crise de 1929 atrapalhou a expansão do setor automobilístico no Brasil, que acabou retomando seu fôlego após a Segunda Guerra Mundial. Durante esta guerra, vale lembrar a construção no Brasil da FNM Fábrica Nacional de Motores. Originalmente criada para fabricar motores para aviões, a FNM passou a fabricar motores de caminhões e de tratores. Uma série de fábricas de carros e de caminhões foi instalada no Brasil após o fim da Segunda Guerra, como a Studebaker, a Scania Vabis e a Ferguson.
Durante o segundo governo de Getúlio Vargas, várias montadoras vieram para o Brasil, como a Willys (1952) e outras duas que permanecem ativas no país até hoje: a Volkswagen (1953) e a Mercedes Benz (1953).
Mas foi com presidente Juscelino Kubitschek que a indústria automobilística tomou maior impulso no Brasil, com a criação da ANFAVEA (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). Além disto, Juscelino criou em 1956, através de decreto, o GEIA (Grupo Executivo da Indústria Automobilística), que propôs o incentivo à produção de automóveis e caminhões, através de facilidades concedidas às empresas estrangeiras instaladas no Brasil para importar equipamentos. Com isso, fábricas como a Willys, a Ford, a General Motors e a Volkswagen formaram um parque industrial automobilístico forte na região do ABC paulista.
Na década de 1970, com a crise do petróleo, houve um esforço grande na busca de novos combustíveis. Da sua parte, o governo brasileiro incentivou a produção de veículos movidos a álcool, num programa que ficou conhecido como Pró-Álcool.
Atualmente, o Brasil está entre os 15 maiores produtores de veículos do mundo, sendo inclusive um grande exportador de carros e caminhões para países da América do Sul e da Ásia.