Armas invisíveis
Desde o atentado terrorista de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos, um dos assuntos mais comentados em todo o mundo é a guerra e suas consequências. Jornais, revistas, programas de televisão e rádio, enfim, todos os meios de comunicação trazem diariamente notícias sobre as negociações entre os países que querem a guerra (principalmente Estados Unidos) e aqueles que pretendem evitá-la.
Pensando nas consequências de uma guerra, não há motivos que a justifique, mas infelizmente muitas lideranças políticas mundiais não pensam assim.
Para o governo americano, um dos motivos para a guerra é a presença de armas químicas e biológicas em território iraquiano. Este tipo de armamento é proibido através de inúmeros acordos mundiais e representa um risco para a população mundial estando presente nas mãos de qualquer país, inclusive dos americanos.
Armas biológicas são aquelas que transportam microrganismos vivos, bactérias e/ou vírus para que disseminem doenças contagiosas. Não causam estragos na estrutura física de uma local, mas, podem causar pandemias (doença epidêmica amplamente difundida), dizimando populações inteiras e trazendo consequências drásticas a manutenção da vida no local, já que provoca a contaminação da água, solo e ar, promovendo um catastrófico desequilíbrio ambiental.
Já as armas químicas são aquelas que transportam substâncias químicas tóxicas sintetizadas em laboratório, que provocam danos a diversos sistemas, órgãos, tecidos e funções fisiológicas de inúmeros organismos vivos, como por exemplo: vias respiratórias, pele, cérebro, mucosas em geral, olhos, produção hormonal, crescimento celular, sistema sanguíneo e sistema imunológico. Podem levar a morte. Podem danificar parte da estrutura física do local atingido. Há contaminação do solo, água, lençóis freáticos e do ar, prejudicando a manutenção da vida no local.
Já deu para ter uma ideia da gravidade da situação, não é mesmo? Já pensou se algum país resolve utilizar esse tipo de armamento?
O pior você ainda não sabe: muitos já tiveram coragem de utilizar agentes químicos e biológicos em inúmeros confrontos ao longo da história da humanidade.
Desde a antiguidade essas armas são utilizadas. O registro mais antigo de utilização de armas biológicas se encontra no Antigo Testamento, no relato das pragas que Moisés lançou ao Egito. O texto descreve o envenenamento das águas do Nilo por algas vermelhas venenosas; a praga das rãs que morreram aos montes, deixando o meio ambiente poluído e com mau cheiro; a praga de mosquitos; a praga das moscas e outros insetos; a peste maligna que atingiu os animais de transporte (cavalos, jumentos, camelos) e os que serviam para alimentação (bois, carneiros etc.); a volta da praga dos mosquitos; e a invasão dos gafanhotos. Todas concorreram para arrasar os estoques egípcios de alimentos. Como podemos ver as armas biológicas nem sempre atacam diretamente os seres humanos, mas geram um desequilíbrio ambiental tão grande que gera fome e miséria e em consequência, a morte de inúmeras pessoas.
Durante a dominação romana, os exércitos tinham especialistas que envenenavam as fontes de água potável que abasteciam as cidades. Além dessa tática, chegaram a utilizar germes de pessoas doentes de cólera, peste bulbônica ou lepra, com o intuito de fazer com que as doenças enfraquecessem as forças do inimigo. Nos séculos XVIII e XIX, os colonizadores europeus utilizaram a mesma estratégia, introduzindo a sífilis, a gripe, a varíola, o tifo e a tularemia, para aniquilar as populações nativas de outros continentes, técnica usada também no Brasil
Entre 1940 e 1944, durante a segunda guerra mundial na campanha contra a Manchúria, os japoneses bombardearam onze cidades com material contaminado com peste e tifo. O número de mortos nunca foi avaliado. E nos campos de concentração de prisioneiros de guerra, os japoneses injetaram em prisioneiros de origem mongol, britânica, americana e coreana, soluções com produtos químicos tóxicos, extraídos de inúmeros seres vivos patológicos, resultando na morte de, no mínimo, mil prisioneiros.
Após a Segunda Guerra Mundial, nos anos 50 e 60, o Governo dos Estados Unidos instalou no estado de Maryland, um complexo de laboratórios militares, conhecido como Forte Detrick, onde foram realizados mais de mil experimentos voltados ao desenvolvimento de armas biológicas, que posteriormente poderiam ser usadas em uma guerra contra a antiga União Soviética.
Em relação às armas químicas, na Primeira Guerra Mundial, os exércitos alemão, francês e britânico utilizaram gases venenosos para aniquilar os soldados do exército inimigo. Foram utilizados gases de cloro e de mostarda, a partir de 1916. Milhares de soldados morreram sem ao menos chegar a lutar.
Na Guerra do Vietnã, década de 60, os Estados Unidos utilizaram o napalm, ou 'agente laranja' - chamado assim porque era armazenado em tonéis cor de laranja. Milhares de pessoas morreram e até hoje as famílias dos soldados sentem as consequências dessa contaminação.
Em 1995, integrantes da seita apocalíptica Verdade Suprema promoveram um ataque a um trem do metrô de Tóquio. Eles levaram gás sarin dentro de sacos plásticos, escondidos embaixo do banco, provocando a morte de doze pessoas e a intoxicação de mais de cinco mil.
O mais recente uso de arma biológica foi a contaminação por antraz, ocorrida nos Estados Unidos logo após o ataque terrorista ao World Trade Center. Esporos da bactéria Bacillus anthracis (causadora do antraz) foram enviados por carta para políticos e profissionais da imprensa. Quatro pessoas morreram e treze contraíram o antraz.
Existem inúmeros acordos internacionais que proíbem a fabricação, o armazenamento e a utilização de armas químicas e biológicas estando ou não em guerra, desde 1925. No entanto, apenas há 6 anos vêm sendo discutido sobre a fiscalização do cumprimento desses acordos.
Além da falta e da dificuldade de fiscalização, qualquer país, mesmo que fracamente industrializado tem condições técnicas e tecnológicas de produzir armas químicas e biológicas. Todos esses fatores apontam para o grande risco que corremos de que esse tipo de armamento seja utilizado em possíveis ataques.
Em alguns países, técnicas de engenharia genética têm sido utilizadas para a produção de vírus e bactérias geneticamente modificados e potencialmente mais poderosos, o que gera preocupação mundial ainda maior.
E aí? Achou interessante?
Aguarde a próxima notícia e veja mais sobre este assunto.
Até a semana que vem!!