Células-tronco podem ser produzidas a partir de células do sangue?
As células-tronco, aquelas que são capazes de originar quaisquer outras células do organismo, estão tornando-se cada vez mais comuns e fáceis de se obter! Isso é bom para a pesquisa em medicina e tratamento de certas doenças. Existem casos em que a pesquisa tem apontado para a possibilidade de substituir tipos celulares que não funcionam bem.
Até bem pouco tempo, pensava-se que as células-tronco em pessoas adultas só podiam ser obtidas a partir de material da medula óssea. Isso seria assim porque essas células, comuns durante as fases iniciais do desenvolvimento do organismo, iriam se tornando mais escassas à medida em que o desenvolvimento se completasse.
De fato, em um organismo adulto, o que temos é a maioria dos tecidos e órgãos já em pleno funcionamento, ou seja, células surgidas das células-tronco e que se diferenciaram anatômica e fisiologicamente, para originar as diversas formas celulares necessárias: fibras musculares, neurônios, pele, linfócitos do sistema imune etc...
Na medula óssea, porém, permanece uma certa quantidade de células-tronco, capazes de regenerar continuamente as células vermelhas do sangue, durante toda a vida do indivíduo. É deste material que normalmente se retiram células para a pesquisa.
Porém, recentemente, pesquisadores americanos descobriram que é possível fazer outro caminho para se obter células-tronco. Eles fizeram um tipo de célula do sistema imune chamado de monócito gerar células-tronco quando exposto a determinadas moléculas que estimulam o crescimento celular (conhecidas como fatores de crescimento).
Na última etapa da pesquisa, estes cientistas conseguiram fazer as células-tronco obtidas gerarem vários outros tipos celulares, como neurônios, células hepáticas (do fígado) e células imunes, confirmando assim, sua capacidade de desenvolvimento.
Esta descoberta é importante, na medida em que torna mais prática a obtenção de células-tronco de pessoas submetidas a tratamento. Para retirar material da medula óssea é necessário perfurar o fêmur, ao passo em que para se obter monócitos, é necessária somente uma amostra comum de sangue, como em qualquer exame de sangue.