Semelhantemente a Portugal, a Espanha teve seu processo de centralização política ligado ao enfrentamento da ocupação moura na Península Ibérica. Durante séculos, diversos reinos cristãos (como Leão, Castela, Navarra e Aragão) lutaram pela expulsão dos mouros na região que, mais tarde, se tornaria o território espanhol. Somente após a completa expulsão dos mouros, os espanhóis se lançaram às grandes navegações marítimas pelo Atlântico. Assim, em 1.492, os reis espanhóis, Fernando e Isabel, se dispuseram a patrocinar a viagem do navegador genovês Cristóvão Colombo, que defendia um plano audacioso para alcançar as Índias. É importante lembrar que, em 1.453, os Otomanos haviam conquistado Constantinopla e bloqueado o comércio pelo Mediterrâneo, obrigando os europeus a buscarem novos caminhos para o Oriente. Enquanto os portugueses se esforçavam por alcançar as Índias contornando o continente africano, Colombo, acreditando na esfericidade da Terra, pretendia atingir o Oriente viajando em direção a oeste. Desse modo, o navegador chegaria às Índias dando quase uma volta no planeta.
Esse plano estava, ao menos em parte, correto. O que Colombo desconhecia era a existência de um outro continente no caminho em direção às Índias, a América. Em 3 de agosto de 1.492, o navegador partiu de Porto de Palos chefiando três caravelas (Santa Maria, Pinta e Niña). Dois meses depois, chegou à América, acreditando, porém, que havia descoberto uma nova rota para as Índias. Equivocado, o navegador chamou os povos locais de “índios”. Colombo ainda fez outras três viagens à América, sempre imaginando ter chegado às Índias. Quando morreu, não imaginava que havia encontrado um outro continente. O engano foi esclarecido por outros navegadores, caso de Américo Vespúcio, em cuja homenagem o continente foi batizado de “América”.
Tendo chegado ao continente, os espanhóis organizaram várias expedições no século XVI com o intuito de reconhecer e tomar posse das terras americanas. O avanço estrangeiro levou à eclosão de diversos confrontos com o nativos, causando mortes e destruição. Nesse quadro, intensos confrontos se desenrolaram entre os espanhóis e os astecas. Apesar de se encontrar no apogeu quando os colonizadores espanhóis chegaram, os astecas não puderam fazer frente às poderosas armas de fogo dos invasores. Assim, em agosto de 1.521, Teotihuacan, capital do Império Asteca, estava sob controle absoluto espanhol. É claro, no entanto, que isso não ocorreu sem resistência. A superioridade tecnológica europeia era compensada pela superioridade numérica dos nativos. Além disso, muitas artimanhas foram inventadas pelos astecas para conter seus adversários. Por exemplo, foram cavados enormes buracos no solo, nos quais eram fincados estacas com as pontas voltadas para cima. Essas armadilhas visavam aos cavaleiros espanhóis, que acabavam empalados com seus animais quando avançavam sobre as armadilhas. Por outro lado, quando os europeus chegaram, logo encontraram diversos aliados entre os demais povos da região, que eram frequentemente perseguidos pelos astecas. De fato, apesar de seu grande poderio militar, os astecas não dominaram toda a Mesoamérica. Havia muita rivalidade com os povos que circundavam o império, e isso ajuda a explicar a facilidade com que os espanhóis estabeleceram alianças com alguns desses povos.
Mais ao sul, na América Andina, o conquistador Francisco Pizarro foi o grande responsável pelo domínio e conquista do Império Inca. Sua destruição foi facilitada pelo fato de os incas estarem envolvidos numa guerra civil na mesma época em que os europeus chegaram. Meses antes de os espanhóis chegarem, os irmãos Atahualpa e Huáscar, descendentes do imperador Huayna Cápac, disputaram o direito ao trono deixado pelo seu pai, que acabara de morrer. Atahualpa tomou o poder de Cuzco, capital do império, e tornou-se o novo líder inca. Seu governo, porém, seria muito mais breve do que ele podia imaginar. Em 1.532, depois de meses de espera para conhecer o imperador inca, as tropas do conquistador Francisco Pizarro chegaram a Cajamarca, nos Andes peruanos. O encontro, inicialmente amigável, rapidamente transformou-se em uma batalha, na qual, em poucas horas, 168 espanhóis foram capazes de afugentar dezenas de milhares de guerreiros incas, tomar a cidade e prender Atahualpa. Temendo sua morte, o líder inca prometeu entregar aos invasores metais preciosos. O imperador cumpriu sua promessa e, de seu palácio, retirou para os espanhóis mais de seis mil quilos de ouro e quase doze mil quilos de prata. Ainda assim, foi estrangulado de forma bárbara na praça principal da cidade, em julho de 1.533.
Movido por interesses diplomáticos, Francisco Pizarro nominou Toparpa (ou “Tupaq Wallpa”), irmão caçula de Atahualpa, como o novo governante. Entretanto, este acabou envenenado quando viajava até Cuzco. A seguir, o direito ao trono foi oferecido a outro nativo, Manko Inca, também chamado de “Manko II”. Em 1.536, o novo governante começou uma longa guerra visando retomar o controle sobre Tahuantisuyo, mas acabou assassinado por seguidores do conquistador espanhol Almagro. O Inca foi substituído por seu filho, Sayri Tupaq, que morreu em Yucay, traído pelos conquistadores. Seu irmão, Titu Kusi Yupanqui ascendeu ao trono e tentou continuar a guerra, mas faleceu vitimado por uma doença. Seu sucessor, Tupaq Amaru, foi sequestrado por um capitão espanhol, que se casou com a sobrinha do governante Inca. A seguir, Tupaq Amaru foi levado até Cuzco, centro administrativo e cidade sagrada do império, onde foi executado em praça pública. Isso ocorreu em 24 de setembro de 1.572. Encerrava-se, assim, a guerra iniciada em 1.536. Após 36 anos de guerra, os conquistadores do Velho Mundo adquiriram todos os direitos sobre a terra sagrada dos incas.
Na segunda página do Portal Educacional Clickideia sobre a América Espanhola, descubra quem foram os colonos e quais eram seus interesses ao ingressarem nas expedições no Novo Mundo.
O conquistador Francisco Pizarro foi o grande responsável pelo domínio e conquista do Império Inca
Semelhantemente a Portugal, a Espanha teve seu processo de centralização política ligado ao enfrentamento da ocupação moura na Península Ibérica. Durante séculos, diversos reinos cristãos (como Leão, Castela, Navarra e Aragão) lutaram pela expulsão dos mouros na região que, mais tarde, se tornaria o território espanhol. Somente após a completa expulsão dos mouros, os espanhóis se lançaram às grandes navegações marítimas pelo Atlântico. Assim, em 1.492, os reis espanhóis, Fernando e Isabel, se dispuseram a patrocinar a viagem do navegador genovês Cristóvão Colombo, que defendia um plano audacioso para alcançar as Índias. É importante lembrar que, em 1.453, os Otomanos haviam conquistado Constantinopla e bloqueado o comércio pelo Mediterrâneo, obrigando os europeus a buscarem novos caminhos para o Oriente. Enquanto os portugueses se esforçavam por alcançar as Índias contornando o continente africano, Colombo, acreditando na esfericidade da Terra, pretendia atingir o Oriente viajando em direção a oeste. Desse modo, o navegador chegaria às Índias dando quase uma volta no planeta.
Esse plano estava, ao menos em parte, correto. O que Colombo desconhecia era a existência de um outro continente no caminho em direção às Índias, a América. Em 3 de agosto de 1.492, o navegador partiu de Porto de Palos chefiando três caravelas (Santa Maria, Pinta e Niña). Dois meses depois, chegou à América, acreditando, porém, que havia descoberto uma nova rota para as Índias. Equivocado, o navegador chamou os povos locais de “índios”. Colombo ainda fez outras três viagens à América, sempre imaginando ter chegado às Índias. Quando morreu, não imaginava que havia encontrado um outro continente. O engano foi esclarecido por outros navegadores, caso de Américo Vespúcio, em cuja homenagem o continente foi batizado de “América”.
Tendo chegado ao continente, os espanhóis organizaram várias expedições no século XVI com o intuito de reconhecer e tomar posse das terras americanas. O avanço estrangeiro levou à eclosão de diversos confrontos com o nativos, causando mortes e destruição. Nesse quadro, intensos confrontos se desenrolaram entre os espanhóis e os astecas. Apesar de se encontrar no apogeu quando os colonizadores espanhóis chegaram, os astecas não puderam fazer frente às poderosas armas de fogo dos invasores. Assim, em agosto de 1.521, Teotihuacan, capital do Império Asteca, estava sob controle absoluto espanhol. É claro, no entanto, que isso não ocorreu sem resistência. A superioridade tecnológica europeia era compensada pela superioridade numérica dos nativos. Além disso, muitas artimanhas foram inventadas pelos astecas para conter seus adversários. Por exemplo, foram cavados enormes buracos no solo, nos quais eram fincados estacas com as pontas voltadas para cima. Essas armadilhas visavam aos cavaleiros espanhóis, que acabavam empalados com seus animais quando avançavam sobre as armadilhas. Por outro lado, quando os europeus chegaram, logo encontraram diversos aliados entre os demais povos da região, que eram frequentemente perseguidos pelos astecas. De fato, apesar de seu grande poderio militar, os astecas não dominaram toda a Mesoamérica. Havia muita rivalidade com os povos que circundavam o império, e isso ajuda a explicar a facilidade com que os espanhóis estabeleceram alianças com alguns desses povos.
Mais ao sul, na América Andina, o conquistador Francisco Pizarro foi o grande responsável pelo domínio e conquista do Império Inca. Sua destruição foi facilitada pelo fato de os incas estarem envolvidos numa guerra civil na mesma época em que os europeus chegaram. Meses antes de os espanhóis chegarem, os irmãos Atahualpa e Huáscar, descendentes do imperador Huayna Cápac, disputaram o direito ao trono deixado pelo seu pai, que acabara de morrer. Atahualpa tomou o poder de Cuzco, capital do império, e tornou-se o novo líder inca. Seu governo, porém, seria muito mais breve do que ele podia imaginar. Em 1.532, depois de meses de espera para conhecer o imperador inca, as tropas do conquistador Francisco Pizarro chegaram a Cajamarca, nos Andes peruanos. O encontro, inicialmente amigável, rapidamente transformou-se em uma batalha, na qual, em poucas horas, 168 espanhóis foram capazes de afugentar dezenas de milhares de guerreiros incas, tomar a cidade e prender Atahualpa. Temendo sua morte, o líder inca prometeu entregar aos invasores metais preciosos. O imperador cumpriu sua promessa e, de seu palácio, retirou para os espanhóis mais de seis mil quilos de ouro e quase doze mil quilos de prata. Ainda assim, foi estrangulado de forma bárbara na praça principal da cidade, em julho de 1.533.
Movido por interesses diplomáticos, Francisco Pizarro nominou Toparpa (ou “Tupaq Wallpa”), irmão caçula de Atahualpa, como o novo governante. Entretanto, este acabou envenenado quando viajava até Cuzco. A seguir, o direito ao trono foi oferecido a outro nativo, Manko Inca, também chamado de “Manko II”. Em 1.536, o novo governante começou uma longa guerra visando retomar o controle sobre Tahuantisuyo, mas acabou assassinado por seguidores do conquistador espanhol Almagro. O Inca foi substituído por seu filho, Sayri Tupaq, que morreu em Yucay, traído pelos conquistadores. Seu irmão, Titu Kusi Yupanqui ascendeu ao trono e tentou continuar a guerra, mas faleceu vitimado por uma doença. Seu sucessor, Tupaq Amaru, foi sequestrado por um capitão espanhol, que se casou com a sobrinha do governante Inca. A seguir, Tupaq Amaru foi levado até Cuzco, centro administrativo e cidade sagrada do império, onde foi executado em praça pública. Isso ocorreu em 24 de setembro de 1.572. Encerrava-se, assim, a guerra iniciada em 1.536. Após 36 anos de guerra, os conquistadores do Velho Mundo adquiriram todos os direitos sobre a terra sagrada dos incas.
Na segunda página do Portal Educacional Clickideia sobre a América Espanhola, descubra quem foram os colonos e quais eram seus interesses ao ingressarem nas expedições no Novo Mundo.