Neocolonialismo e imperialismo
Na segunda metade do século XIX, o grande crescimento industrial, a passagem do capitalismo competitivo para o capitalismo monopolista e a intensa competição por mercados levaram as potências europeias, Estados Unidos e, mais tarde, o Japão a assumirem uma política expansionista.
Esses países, em busca de novos mercados e de novas áreas de investimento de capital, iniciaram o neocolonialismo e o imperialismo. Essa política resultou na partilha quase completa de África e Ásia, além de ampliar as rivalidades entre as potências da época. Possuir colônias significava ter “status” e não possuí-las era reconhecer uma situação de inferioridade em relação aos demais países industrializados. Além disso, esses novos territórios eram uma válvula de escape para o excedente populacional dos países europeus.
O imperialismo foi justificado ideologicamente pela ideia do “fardo do homem branco”. Acreditava-se que os países “civilizados” tinham o “dever moral” de levar o progresso e a civilização aos povos “atrasados”. Ficava assim implícita a ideia de superioridade da raça europeia.
Por trás disso, estavam presentes os interesses econômicos. Os neoimperialistas procuravam aproveitar ao máximo as riquezas das colônias. Realizava-se a exploração dos recursos minerais e agrícolas, com utilização de mão de obra nativa (lavouras, extração de minérios, construção de ferrovias para escoar a matéria-prima).
O sistema não possibilitava o desenvolvimento interno das colônias e desconsiderava as necessidades da população local. Assim, foi comum o uso de violência por parte dos colonizadores para vencer a resistência da população e mantê-la submissa.
A administração das colônias variou de país para país. Podia ser direta (ocupação dos cargos governamentais por funcionários da metrópole) ou indireta (com autoridades locais subordinadas a funcionários da metrópole).
O imperialismo levou à desestruturação das sociedades nativas, com muitas delas submetidas ao trabalho compulsório e à violência. Os colonizadores procuraram impor os valores europeus às populações locais e o racismo despontou em várias regiões.
O racismo foi uma das consequências da dominação imperialista. No caso da África do Sul, bem representativo, o racismo atingiu seu ápice, com a formação de uma política segregacionista (apartheid) que só teve fim quando o negro Nelson Mandela foi eleito presidente em 1994.
A exploração levou à formação de áreas de dependência, na medida em que desequilibrou a economia local. Muitas dessas regiões se transformaram nas mais pobres do mundo e sofrem ainda hoje as consequências da dominação. Além disso, a repartição dos continentes, feitas sem levar em conta as etnias dos colonizados, reuniu povos inimigos sob a mesma fronteira provocando graves conflitos étnicos noticiados em jornais e revistas atualmente.