Pré-História: o período Neolítico e a Idade dos Metais
O desenvolvimento da agricultura proporcionou uma drástica mudança no modo como os homens pré-históricos viviam. Ela permitiu àqueles povos sedentarizarem-se, ou seja, fixar moradia em algum lugar específico, pois o cultivo da terra os desobrigava de viajar constantemente em busca de melhores fontes de alimentos. Calcula-se que essa mudança teria ocorrido por volta de oito mil anos a. C.. Nessa mesma época, o homem passou a domesticar animais. Graças à produção regular de alimentos e à fixação em regiões específicas, o ser humano pôde dedicar-se ao aperfeiçoamento de seus instrumentos de trabalho. Foi assim que descobriram, por exemplo, a técnica de tecer fios de lã de animais e de alguns vegetais para se confeccionar vestimentas, bem como a fabricação de cerâmicas para guardarem alimentos e água. Mas o marco desse período é o aperfeiçoamento de utensílios de pedra, que eram polidos para serem utilizados em atividades agrícolas. É daí que vem o nome desse segundo período da Pré-História: “Neolítico” (do grego “nova pedra”), ou “Idade da Pedra Polida”, que abrangeu, mais ou menos, o período entre 10 mil e seis mil a. C.. Segundo arqueólogos, além de polir a pedra, fazer cerâmica e tecer, os homens desse período também teriam começado a usar a roda para diversas atividades, e, ainda, teriam sido os primeiros a enterrar e cultuar os mortos.
O terceiro período pré-histórico, abrangendo, aproximadamente, os dois últimos milênios anteriores ao surgimento da escrita, chama-se “Idade dos Metais”. Conforme seu próprio nome sugere, foi nele que os seres humanos passaram a manipular os minerais, que, fundidos, se transformam em materiais como o cobre, o ferro e o bronze. Afirma-se que o primeiro metal que o homem começou a utilizar foi o cobre, que, tempos depois, foi misturado ao estanho, dando origem ao bronze. Essa evolução foi possível graças às conquistas do período anterior, especialmente o aperfeiçoamento dos artefatos de pedra e à utilização do fogo produzido por atrito. Com essa nova conquista, foi possível produzir utensílios ainda mais sofisticados, o que, por sua vez, possibilitou a execução de atividades ainda mais complexas, pois os instrumentos de metal eram mais duráveis, e, mediante à técnica de fundição, podiam ser reaproveitados e consertados.
Com a sedentarização e o surgimento dessas novas tecnologias, as populações humanas começaram a aumentar, organizando-se em grupos sociais (preponderantemente familiares), e dividindo o trabalho. Esse contexto propiciou a criação de códigos de linguagem próprios, ou seja, uma comunicação direta por meio da fala. Nesse período, também teriam surgido os códigos e símbolos que, mais tarde, deram origem à escrita, fato que marca o fim da Pré-História e o início da História.
Finalmente, antes de encerrarmos, é importante introduzir uma ressalva. As inovações que descrevemos até aqui não aconteceram simultaneamente em todos os lugares. Os habitantes da América, por exemplo, demoraram muito tempo para desenvolver as técnicas do período que chamamos de “Neolítico”. Como você sabe, no próprio território em que hoje é o Brasil, a maioria dos habitantes sequer conhecia a agricultura até a chegada dos conquistadores europeus, no século XVI. Mesmo hoje, algumas tribos de índios brasileiros vivem de maneira bastante parecida com a daqueles homens dos períodos Paleolítico e Neolítico.